No passafo dia 31 de outubro
a turma H do 3º ano resolveu presentear todas as turmas e toda a comunidade da
escola com a oferta de um cestinho recheado de saborosos bolinhos de canela e
erva-doce.
A tradição manda que se
cumpra no dia 1 de Novembro mas como essa data era feriado a turma comemorou-a
no último dia de outubro.
Todos os pais e encarregados
de educação deram o seu contributo quer com os ingredientes quer com a sua
presença na Churrascaria Miras, na tarde e início de serão do dia 30 para
amassar, tender e cozinhar mais de 500 bolinhos. Como a mãe de um dos alunos é
a proprietária da churrascaria cedeu as instalações e ofereceu de boa vontade o
seu dia de folga para a turma poder cozinhar o Bolinho.
Com a criançada toda da
turma lá se amassaram e moldaram os saborosos bolinhos que no dia seguinte
foram oferecidos dentro de cestinhas de vime cobertas com bonitos “naperons”,
em crochet, no dia seguinte. Os alunos fizeram a distribuição de cada cestinha
destinada a cada turma em conjuntos de dois ou três alunos.
Assim se relembrou uma
tradição popular que data de 1 de novembro de 1756. Contamos agora a história
que originou esta tradição tão especial que tem como base a solidariedade.
Em Portugal, no dia de Todos-os-Santos as
crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o pão-por-deus de porta em
porta. As crianças quando pedem o pão-por-deus recitam versos e recebem como
oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou
castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano. É também costume em
algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas
povoações chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’.
- Bolinho, bolinho... à porta do seu santinho!
-Bolinho, bolinho, se não tiver bolinho dê-nos um tostãozinho!
Esta tradição teve origem em Lisboa em 1756, 1 ano após o terremoto que
destruiu Lisboa em 1º de Novembro de 1755. Nesse evento morreram milhares de
pessoas e a população da cidade - na sua maioria pobre - ainda mais pobre
ficou.
Como a data do terramoto coincidiu com uma data com
significado religioso (1 de Novembro), de forma espontânea, no dia em que se
cumpria o primeiro aniversário do terramoto, a população aproveitou a
solenidade do dia para desencadear, por toda a cidade, um peditório, com a
intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.
As pessoas, percorriam a cidade, batiam às portas e
pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, dado grassar a
fome pela cidade. E as pessoas pediam: "Pão por Deus".
Esta tradição perpetuou-se no tempo, sendo sempre
comemorada neste dia e tendo-se propagado gradualmente a todo o país.
Nas décadas de 60 e 70 do séc. XX, a data passou a ser
comemorada, mais de forma lúdica, do que pelas razões que criaram a tradição.
A partir dos anos 80 a tradição foi gradualmente
desaparecendo e, actualmente, raras são as pessoas que se lembram desta
tradição.
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