segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Pão-por-Deus, Santoro ou Bolinho - Turma H


No passafo dia 31 de outubro a turma H do 3º ano resolveu presentear todas as turmas e toda a comunidade da escola com a oferta de um cestinho recheado de saborosos bolinhos de canela e erva-doce.
A tradição manda que se cumpra no dia 1 de Novembro mas como essa data era feriado a turma comemorou-a no último dia de outubro.
Todos os pais e encarregados de educação deram o seu contributo quer com os ingredientes quer com a sua presença na Churrascaria Miras, na tarde e início de serão do dia 30 para amassar, tender e cozinhar mais de 500 bolinhos. Como a mãe de um dos alunos é a proprietária da churrascaria cedeu as instalações e ofereceu de boa vontade o seu dia de folga para a turma poder cozinhar o Bolinho.
Com a criançada toda da turma lá se amassaram e moldaram os saborosos bolinhos que no dia seguinte foram oferecidos dentro de cestinhas de vime cobertas com bonitos “naperons”, em crochet, no dia seguinte. Os alunos fizeram a distribuição de cada cestinha destinada a cada turma em conjuntos de dois ou três alunos.
Assim se relembrou uma tradição popular que data de 1 de novembro de 1756. Contamos agora a história que originou esta tradição tão especial que tem como base a solidariedade.
Pão-por-Deus, Santoro ou Bolinho
Em Portugal, no dia de Todos-os-Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o pão-por-deus de porta em porta. As crianças quando pedem o pão-por-deus recitam versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano. É também costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas povoações chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’.
- Bolinho, bolinho... à porta do seu santinho!
-Bolinho, bolinho, se não tiver bolinho dê-nos um tostãozinho!
Esta tradição teve origem em Lisboa em 1756, 1 ano após o terremoto que destruiu Lisboa em 1º de Novembro de 1755. Nesse evento morreram milhares de pessoas e a população da cidade - na sua maioria pobre - ainda mais pobre ficou.
Como a data do terramoto coincidiu com uma data com significado religioso (1 de Novembro), de forma espontânea, no dia em que se cumpria o primeiro aniversário do terramoto, a população aproveitou a solenidade do dia para desencadear, por toda a cidade, um peditório, com a intenção de minorar a situação paupérrima em que ficaram.
As pessoas, percorriam a cidade, batiam às portas e pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão, dado grassar a fome pela cidade. E as pessoas pediam: "Pão por Deus".
Esta tradição perpetuou-se no tempo, sendo sempre comemorada neste dia e tendo-se propagado gradualmente a todo o país.
Nas décadas de 60 e 70 do séc. XX, a data passou a ser comemorada, mais de forma lúdica, do que pelas razões que criaram a tradição.
A partir dos anos 80 a tradição foi gradualmente desaparecendo e, actualmente, raras são as pessoas que se lembram desta tradição.

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